segunda-feira, 11 de novembro de 2013

POR QUE O EXALTASAMBA TOCA PAGODE E O ZECA PAGODINHO TOCA SAMBA?!

sexta-feira, 3 de maio de 2013


AS MUDANÇAS DA VIDA...

quinta-feira, 1 de março de 2012

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012





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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

AS DUAS FACES DO SER HUMANO


Em momentos de tragédias humanas, de espanto, como mães que abandonam récem-nascidos nas ruas geladas das madrugadas, chacinas nas escolas, pais assassinando filhos, vem a pergunta: o ser humano é bom ou mau?
O ser humano é bom e mau, as pessoas são ao mesmo tempo boas e más, não há como escapar a este destino já anunciado.
O cérebro humano tem 200.000 anos de idade,herdado de nossos antepassados, é precário, bruto, anacrônico, ultrapassado, pré-histórico, bárbaro. Era preparado, em eras anteriores, para caçar, comer e dormir, como um animal que é, e vai continuar sendo, até que a evolução o alcance. É com esse cérebro que nos viramos até hoje, procurando alcançar o progresso espiritual, a ética, a moral, o aperfeiçoamento do Homem, rumo a dias melhores, ao resgate da miséria e da fome, das guerras e das epidemias, que ainda envergonham o ser humano.
Com esse cérebro ultrapassado, inventamos maravilhas, estudamos, nos aperfeiçoamos como criaturas.
O ser humano é um animal. Não é vegetal, nem mineral. É animal, dito racional, o que duvidamos nesses momentos de barbárie.
Somos o resultado de dois fatores: a genética e o meio ambiente, que agem meio à meio, influenciando as nossas atitudes e comportamentos.
Para o filósofo Mounier "o Homem é essencialmente bom, o que corrompe o Homem é o meio ambiente."
Já para a Sociobiologia, o Homem é como um robô biológico, a Genética determina todos os nossos passos. Se a pessoa tiver que matar outra, aos 33 anos, inevitavelmente o fará, à despeito de nossos melhores esforços em contrário.
Tenho em mente um pequeno e grande ditado: "Dentro de mim há 2 cachorros: um deles é cruel e mau; o outro é muito bom.
Os dois estão sempre brigando. O que ganha a briga é aquele que eu alimento mais frequentemente".
Creio, que a Cultura é que poderá resgatar nossos melhores valores, atenuar nossas mazelas e injustiças e fazer do Homem, uma criatura feliz e plena.
Vamos, por enquanto, semeando nossas sementinhas, para os filhos e netos. E melhor, para aqueles que nos rodeiam, amigos e queridos de nossos corações.

domingo, 17 de abril de 2011

A SOLIDÃO DO SER HUMANO


Admitamos ou não, esta é a verdade: uma profunda ruptura situa- se no âmago do ser humano.
Sonhamos com a unidade interna e vemo- nos retalhados.
Queremos ser um, e somos dois, quatro, legião.
Drama existencial, de vida inteira: embora suspirando pela unidade, recaímos constantemente em nossa solidão individualista, onde tudo é desconexo e decepcionante. Almejamos pela plenitude e acabamos nos fragmentando.
Um dos mestres indus mais esclarecidos, Krishnamurti, dizia que a vida está fragmentada, dividida. Somos engenheiros, cientistas, operários, somos bons técnicos, mas pessoas intimamente divididas. Esta fragmentação pessoal causa dor e divisão.
Dentro de nós, agem indivíduos vários, separadamente.
Resultado? Nossa existência se torna contraditória. Só resta um caminho, a unidade que liberta e nos faz alçar voo.
Tendências antagônicas brincam e brigam no mais íntimo do nosso ser. Aquela ruptura que todos conhecem, mesmo aqueles que vivem na superfície, ancorados no transitório, embevecidos no acidental e no inesperado.
Aquela ruptura existencial complexa, de raízes fundas, que os Psicólogos apontam como fonte primeira das nossas angústias e desesperos, traumas e neuroses.
E Vinicius de Morais, nosso poetinha iluminado e iluminador, nos disse:
- " A maior solidão é a do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.
A maior solidão é a do homem fechado em sí mesmo, no absoluto de sí mesmo, o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.
O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir- se. Esse medo queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno.
Ele é a angústia do mundo que o reflete.
Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes da emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre."
Ave Poeta, que viveu plenamente todos os seus sonhos, os dourados e os insanos, caminhou pela Vida e deixou pegadas.

domingo, 10 de abril de 2011

O PRAZER E A CULPA.


Contardo Calligaris


Admirei a reação dos japoneses diante do desastre - terremoto, tsunami, contaminação nuclear. Nas declarações oficiais e nas palavras das vítimas, a catástrofe é apenas um acidente: pode haver responsáveis por falhas na prevenção, na segurança ou nos socorros, mas a catástrofe em sí não tem sentido algum. Será que nós, ocidentais, seríamos capazes da mesma atitude?
Não sei.
A peste assolou repetidamente a Europa do século 14 ao 18. A primeira grande epidemia, de 1347 a 1352, matou um quarto da população européia. Para que o horror não induzisse ninguém a pensar que o universo era sem sentido, duas reações populares: 1) perseguir judeus e bruxas, supostamente responsáveis pelo contágio, 2)juntar- se aos flagelados, penitentes que erravam pelo continente se fustigando até o sangue.
Para o flagelante, a peste era um castigo pelos pecados do mundo; portanto, punir-se por eles talvez fosse o jeito de tornar a peste desnecessária.
Naqueles quatro séculos, a Europa se cobriu de igrejas que eram construídas como oferendas para que a epidemia se acalmasse; nelas, homens e mulheres faziam promessas, pedindo para serem poupados.
Ainda hoje, na calamidade e no medo, a promessa que acompanha o pedido feito a Deus ou aos santos sempre propõe uma renúncia: o pedinte se engaja a se privar de algo, do sexo ao chocolate. Funciona assim: 1) meu prazer e meu gozo são sempre culpados, 2)portanto, qualquer mal que me assole se explica como punição de minhas culpas, 3)a renúncia aos meus prazeres pode me redimir e estancar a punição.
Como chegamos a fazer esse estranho uso dos prazeres, ou melhor, da renúncia aos nossos prazeres? Três respostas, não excludentes (e insuficientes).
1) Bem ou mal, educar implica conter, impor frustrações e renúncias. Com isso, a aprovação dos educadores sempre parece proporcional à aceitação das renúncias pelos educandos. Ou seja, os jovens podem ser levados a pensar que é só frustrando seus próprios desejos que eles ganham o amor dos adultos.
2)No fim do primeiro milênio, cada vila européia vivia no medo de bandos errantes. Quando eles se aproximavam, o povo se reunia na igrejinha e rezava. Isso não impedia nem saques nem estupro. o que pensar quando os bandidos iam embora? Deus não nos protege porque não existe? Deus existe, mas não dá a menor para a gente? Devia triunfar a versão que conciliava o desastre com a existência de Deus: o próprio Deus mandou os bandidos para nos punir de nossos pecados.
3)Talvez seja menos angustiante viver num mundo que faz sentido do que num mundo que não teria sentido algum. Por exemplo, como é que você aguentaria o pensamento da morte futura sem o conforto da idéia de que ela está incluída numa ordem cósmica ou num plano divino?
Infelizmente, esse conforto tem um custo alto, pois o jeito mais fácil de garantir a existência de um sentido do mundo consiste em me atribuir a culpa por todos os males.Ou seja, minha culpa e meu esforço para me redimir "provam" que existe uma ordem (justamente, a que eu ofendia quando me entregava a meus prazeres).
Corolário: se meus prazeres culpados são a causa dos males, não preciso responder "adequadamente" às calamidades, bastará modificar minha conduta de modo que minhas ofensas sejam perdoadas.
Além de dar sentido ao meu mundo, a culpa me oferece a ilusão de agir de maneira eficaz: como flagelante, posso esperar que minha renúncia ao prazer suspenda a punição. De repente, doenças e catástrofes talvez parem diante de minha conduta meritória. Em vez(ou além)de procurar as condições de prevenir um terremoto ou de debelar um câncer resistente, rezarei noite e dia e me fustigarei em penitência. Se, de qualquer forma, o terremoto vier ou o câncer triunfar, será porque não me açoitei o suficiente.
Pois bem, não acredito que, em nossa cultura, esse bizarro uso dos prazeres e da culpa tenha mudado substancialmente nos últimos sete séculos. Continuamos fundamentalmente inimigos do nosso prazer.
Prova disso: há, hoje como no século 14, bandos errantes que denunciam nossos tempos "hedonistas" e nossa voracidade por prazeres e gozos. São os flagelantes verbais: criticam o prazer para fomentar a culpa.
É o jeito (custoso) que eles acharam para dar sentido ao mundo.