segunda-feira, 7 de julho de 2008

Os Cegos e o Elefante


Quase sempre, queremos que as nossas opiniões prevaleçam, esquecendo que elas podem não estar certas e, principalmente, que o outro é que não está errado.

Pensando nisso, é que lembrei de uma certa história indiana, que era assim:

Certo dia, um príncipe indiano mandou chamar um grupo de cegos de nascença e os reuniu no pátio do seu suntuoso palácio. Ao mesmo tempo, mandou trazer um elefante e o colocou diante do grupo.

Em seguida, conduzindo- os pela mão, foi levando os cegos até o elefante para que o apalpassem. Um apalpava a barriga, outro a cauda, outro a orelha, outro a tromba, outro uma das pernas...

Quando todos os cegos tinham apalpado o animal, o príncipe ordenou que cada um explicasse aos outros o que era o elefante.

Então, o que tinha apalpado a barriga disse que o elefante era como uma enorme panela. O que tinha apalpado a cauda até a extremidade, discordou e disse que o elefante parecia mais com uma vassoura. "Nada disso", interrompeu o que tinha apalpado a orelha. " Se com alguma coisa ele se parece é com um grande leque aberto".

O que apalpara a tromba deu risada e interferiu: "Vocês estão loucos. O elefante tem a forma, as ondulações e flexibilidade de uma mangueira de água..." " Essa não", replicou o que apalpara a perna, "ele é redondo com uma grande mangueira, mas não tem nada de ondulações, nem de flexibilidade, é rígido como um poste..." "Além de cegos, vocês são doidos ", e então os cegos se envolveram numa discussão sem fim, cada um querendo provar que os outros estavam errados, e que o certo era o que ele dizia. Evidentemente cada um se apoiava na sua própria experiência e não conseguia entender como os demais podiam afirmar o que afirmavam.

O príncipe deixou -os falar para ver se chegavam a algum acordo, mas quando percebeu que eram incapazes de aceitar que os outros podiam ter tido outras experiências, ordenou que se calassem, afinal ele era um príncipe, e não precizava pedir por favor...

O elefante é tudo isso que vocês falaram, explicou. Tudo isso que cada um percebeu é só uma parte do elefante.

Não devem negar o que os outros perceberam. Deveriam juntar as experiências de todos e tentar imaginar como a parte que cada um apalpou se une com as outras para formar esse todo que é o elefante.

Muitas vezes em nossa cegueira diária, nos comportamos como os cegos da história, nos isolando com a nossa visão de mundo e nos esquecendo daquelas pessoas que tem um olhar diferente do nosso, em cima de todas as coisas.

Que vêem o mundo dentro de perspectivas diferentes, de sensos comuns próprios, particulares, dentro de seu entendimento pessoal, de seu modo sui generis de traduzir as coisas e o mundo.

Na verdade somos simples tradutores da linguagem da vida, procurando entendimento, onde talvez não haja.

Ou seremos meros montadores de um quebra-cabeça gigantesco, e que não estamos vendo as peças-chaves...

E se falta uma pecinha apenas...?

Um comentário:

  1. Olá Carlos Roberto! Gostei muito do seu Blog. E esta Historia do Elefante foi interessante . Realmente a gente muitas vezes não dá atenção a opinião dos outros. Falando por mim , acho que isto demonstra fraqueza ... o que é péssimo!! Bjos!!

    ResponderExcluir