domingo, 22 de agosto de 2010

"A TRADUTORA DA FELICIDADE".


Dias desses, o "Show da Vida", nos brindou com a incrível estória de um chinês, que passou 31 anos internado numa instituição para deficientes mentais, pelo simples fato de não saber falar inglês e se fazer entender.
Ele havia emigrado da China para os Estados Unidos, viveu na clandestinidade até adoecer de tuberculose e ser internado. Por não saber a língua foi enviado para uma instituição, pois foi considerado louco, já que não falava intelegivelmente, apesar dos seus apelos desesperados: -"Me no crazy"(eu não louco. E assim os anos passaram para ele, "como só os anos sabem passar..."
Agora, descoberto o "engano", o governo da união americano indenizou na justiça o, injustiçado,em cerca de $300.000,00, uma nota preta em outras circunstâncias, mas será este o valor exato de uma Vida, que já se esvaiu com o passar dos anos, que teve suas melhores esperanças frustradas, seus sonhos mais acalentados, amarelecidos pelo ingrato tempo?
Certamente que não. Afinal, já se foi a feiticeira juventude, o vigor para realizar algo almejado, a confiança nos seres humanos foi dilapidada e em troca lhe deram a convivência com mentes realmente doentias, que certamente lhe acrescentaram algum mal...
Quantas angústias, quantas mágoas, não custou tudo isso ao nosso chinês, nem os olhos sem brilho dele podem nos dizer com certeza.
Mas o lado bom da estória, já que toda estória tem o lado bom, é que ele foi assistido e amado durante largo tempo por alguém, que teimava em não acreditar que aquele ser tão doce, fosse um louco.
Então anos e anos, ela saia com ele, levava- o a passear, fazia- lhe companhia simplesmente, num idioma que supera e é mais eloquente que todas as línguas juntas: a fraternidade, artigo de luxo, adormecida dentro da maioria da espécie, que responde pelo pomposo nome de ser humano...
Numa bela tarde, a moça levou o seu acompanhante até um restaurante chinês, para que ele não só matasse suas saudades gastronômicas, mas que talvez, isso propiciasse uma pista, uma pequena luz no fundo daquele túnel tão espesso.
E qual não foi a surpresa, quando o chinês conversou animadamente com o proprietário do restaurante, que era seu patrício, de forma corrente e fluente, num dialeto chinês de Cantão, uma região da China. O louco não era louco... apenas não sabia falar inglês, pecado cometido por muita gente, não é?
E quem é a "Tradutora da Felicidade", da estória?
É a moça, que não por um simples acaso, era Terapeuta, dessas interessadas, que traduziu sonhos e anseios de um estrangeiro, para uma linguagem que tocasse os corações das pessoas.
Que colocou sua ciência e seu conhecimento a valer, em benefício de um enjeitado, que antecedeu com sua sensibilidade, os frios diagnósticos, que com isso iluminou e redimiu em parte, os seus irmãos tão injustos, os que "mexem" com as ciências e as acham tão infalíveis...

P/S: Quando forem aos Estados Unidos, passem antes pelos Fisks, CCAAs, CNAs e Yazigis da vida... senão!
Afinal, não se iludam, o português é tão desconhecido, quanto o chinês ... e...

11 comentários:

  1. Hoy viajando por la blogosfera te encontré y me gusta como escribes...

    Te sigo y volveré más veces, si me permites, y te invito a que visites mi blog El Puente que também se escreve em português.

    Te dejo saludos argentinos,

    Sergio.

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  2. Pior é que devem existir outros casos parecidos.
    É por isso que fico por aqui mesmo. Nem sempre se encontram "tradutores de felicidade".

    abs

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  3. Em nosso meio social ainda acontecem fatos absurdos,mesmo com relação aos nossos semelhantes. Mas, felizmente,vemos reação positiva em algus acontecimentos, o que nos enche de orgulho por pertencermos a uma parcela da população que ainda se comove com um final feliz.

    “Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir.

    Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaros, de sol, de lua, de canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.

    Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.

    Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja de todo impuro, mas não deve ser vulgar.

    Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vazio que isso deixa. Deve ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de ser amigo. Deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários.

    Deve gostar de crianças e lamentar os que não puderam nascer. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalho, de grandes chuvas e de recordações da infância.

    Precisa-se de um amigo para não enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar das ruas desertas, de poças de água e dos caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.

    Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tenha um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que bata nos ombros sorrindo e chorando, mas que nos chame de amigo, para se ter consciência de que ainda se vive.”

    Em nossas vidas sempre aparecerá alguém a contribuir para o equilíbrio e a presença de alguma luz : necessária para a sobrevivência digna em um plano de vida caótico, como o foi para esse personagem - esquecido e resgatado por um ser humano despreendido.

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  4. Olá amigo Sergio.
    Obrigado pelas gentis palavras com que você brindou o meu modesto blog.
    Sempre é muito bom poder entrar em contato com mentes afins e que compartilham o gosto pela cultura.
    Já sou teu seguidor e adorei o seu blog, e estou recomendando para os amigos.
    Um grande abraço e até breve !!!!

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  5. Oi Sônia, como vai você?!
    Deve haver sim muitos mais casos como esse.
    Também vou ficando por aqui mesmo e entrar pela fronteira do México, nem pensar.
    Bacana a se destacar é a solidariedade, que ainda impera, o que é regra, não é?
    Um abraço e até já !!!!

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  6. Prezado Anônimo Olá !!!
    É uma pena que você poste como Anônimo, porque suas análises são muito consistentes e enriquecedoras, dígnas de uma pessoa como você aparenta ser.
    Se não tem, devias ter um blog só seu para colocar coisas tão belas e precisas, para poder compartilhar seus argumentos tão bons.
    Obrigado por comparecer sempre, venha mais e mais.
    um grande abraço e parabéns pelo que você é !!!!

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  7. Olá,

    que história triste...

    pelo simples facto de não conhecer o idioma.

    E com o idioma dos afectos que é um idioma universal... que pena que a sensibilidade não deu para isso.

    Um beijo e sigo as suas palavras desde Portugal.

    Oxalá lhe agrade o meu Estados de Alma se o visita.

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  8. Olá !!!
    O afeto é um idioma universal, também acho e compartilho da sua opinião.
    Adorei o seu Blog e vou recomendá- lo para todos, porque é de uma qualidade impar.
    Seguirei você doravante.
    Um beijo cá do Brasil.

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  9. Olá, com licença. Interessantíssimo seu post.Sorte do injustiçado chinês de encontrar essa fada-madrinha,sem dúvida.E com um tesouro maior do que possui a terra do "Yes We can":
    "a sensibilidade".
    Roberto,triste também é quando se fala o mesmo idioma e não há compreensão/interação, não é? Gostei muito do seu blog e pretendo voltar mais vezes. Parabéns !
    Um abraço amigo.

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  10. Olá Roberto,

    passo para dizer-te que não saberia viver sem os meus amigos.
    Para ti, que fazes parte deles, vai o meu carinho e o meu agradecimento em forma de palavras escritas no meu blog. A acompanhá-las há um presente feito especialmente para ti...
    Visita o meu Estados de Alma e verás...

    Um beijo.

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  11. Olá Roberto,como vai? Muito obrigada pela visita e por suas belas e solidárias palavras. Me fizeram muito bem. Volte sempre que puder.
    Um beijo , amigo gentil.

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