domingo, 17 de abril de 2011

A SOLIDÃO DO SER HUMANO


Admitamos ou não, esta é a verdade: uma profunda ruptura situa- se no âmago do ser humano.
Sonhamos com a unidade interna e vemo- nos retalhados.
Queremos ser um, e somos dois, quatro, legião.
Drama existencial, de vida inteira: embora suspirando pela unidade, recaímos constantemente em nossa solidão individualista, onde tudo é desconexo e decepcionante. Almejamos pela plenitude e acabamos nos fragmentando.
Um dos mestres indus mais esclarecidos, Krishnamurti, dizia que a vida está fragmentada, dividida. Somos engenheiros, cientistas, operários, somos bons técnicos, mas pessoas intimamente divididas. Esta fragmentação pessoal causa dor e divisão.
Dentro de nós, agem indivíduos vários, separadamente.
Resultado? Nossa existência se torna contraditória. Só resta um caminho, a unidade que liberta e nos faz alçar voo.
Tendências antagônicas brincam e brigam no mais íntimo do nosso ser. Aquela ruptura que todos conhecem, mesmo aqueles que vivem na superfície, ancorados no transitório, embevecidos no acidental e no inesperado.
Aquela ruptura existencial complexa, de raízes fundas, que os Psicólogos apontam como fonte primeira das nossas angústias e desesperos, traumas e neuroses.
E Vinicius de Morais, nosso poetinha iluminado e iluminador, nos disse:
- " A maior solidão é a do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.
A maior solidão é a do homem fechado em sí mesmo, no absoluto de sí mesmo, o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.
O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir- se. Esse medo queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno.
Ele é a angústia do mundo que o reflete.
Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes da emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre."
Ave Poeta, que viveu plenamente todos os seus sonhos, os dourados e os insanos, caminhou pela Vida e deixou pegadas.

2 comentários:

  1. Beto, li algo do Carl Rogers e encontrei esse material que nos incentiva a sempre experenciar a grande energia criadora que somos.

    A PESSOA QUE FUNCIONA PLENAMENTE:
    Uma pessoa que presta atenção ao processo organísmico de valoração é auto-realizada, ou funciona plenamente. Esta pessoa não perde o uso de algumas das funções humanas mesmo sendo “corrompida” pela sociedade

    Uma pessoa que funciona plenamente apresenta algumas características. Essas características podem ser interpretadas como sinal de saúde mental:

    Abertura para Experiência: a pessoa que funciona plenamente é receptiva para os acontecimentos subjetivos e objetivos da vida. Ela também tolera uma ambigüidade na experiência, ou seja, uma situação que se mostra de determinada maneira e um determinado momento pode se mostrar alterada em outro momento.

    Vida Existencial: é uma tendência crescente para viver cada momento. A experiência muda, e cada momento permite que o Eu se manifeste de forma alterada pela nova experiência.

    Confiança Organísmica :a pessoa confia sempre na sua experiência interna para guiar o seu comportamento. Essa experiência é precisa.

    Liberdade de Experiência: é a liberdade de escolha. Essa escolha é subjetiva e não nega que haja determinismo no mundo.

    Criatividade : a pessoa encontra novas maneiras de viver cada momento, em vez de estar preso a padrões antigos e rígidos que não são adaptativos.

    Abraços.

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  2. Nossa que riqueza de texto. Carl Rogers é imperdível. Quem não o conhece, não sabe o que está perdendo. Ele era o guru, de um outro guru inesquecível: Franz Victor Rudio, nosso amado professor na Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena!!! Saudades Franz!!!

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